sábado, 5 de janeiro de 2019

Libertador

Olá, como estão?

Pode soar idiota, mas hoje, 10h da manhã o carteiro bateu aqui em casa, eu sozinha (ainda moro com a mãe, porém essa semana ela viajou) abri a janela, assinei a encomenda e... meu! Era minha fucking saia xadrez com pregas, claro que não era tão bonita quanto no anúncio mas ainda assim... é a minha primeira saia, a primeira peça que compro pra esse "lado" meu que nunca teve seu espaço...

A epopeia dessa saia começou dia 28 de dezembro, quando soube que estaria sozinha em casa durante o prazo de entrega, falava com a Senhora (um dia conto essa história) e ela mandou eu me virar. Sei que soa estranho, mas era o empurrão que faltava, eram 6 e pouco da manhã quando gerei o boleto do Mercado Livre, a impressora aqui de casa estava sem tinta então coloquei no pendrive e fui dormir, acordei eram 9h da matina e fui procurar um lugar que imprime, por R$ 1,00 achei um lugar que duas lojas do lado da lotérica! Como sei que ninguém está com o calendário à mão (muito menos o calendário do ano passado) dia 28 de dezembro de 2018 foi uma sexta-feira, pensei que ia pegar fila na lotérica, mas só tinham 3 pessoas na fila então em menos de 10 minutos eu já estava de volta na rua, quando chego em casa tem um e-mail na minha caixa de entrada:


É aquela coisa né, boleto só desconta na virada do dia, então fiquei tranquila... mentira, quando deu meia noite e não descontou fiquei bolada, será que deu ruim? Mas aí me liguei que era sábado, fui dormir completamente preocupada... Mas, quando acordei...


Agora era com o vendedor, passou o dia 30 (domingo), dia 31 (segunda), dia 1 (terça), dia 2 (quarta) e nada de enviar... já estava pensando que tomei um calote, foi quando me deu a ideia de enviar uma mensagem nas perguntas do anúncio dizendo que eu já tinha pago, que precisava para o quanto antes porque era um presente de aniversário (rs), o vendedor respondeu que já estava no malote, aí o coração pulou!

Isso já no dia 3 pro dia 4... depois disso não deu nem tempo de printar! Em um dia saiu do vendedor (dia 3) e no dia 5 de manhã (também conhecido como hoje) estava na minha mão, no meu corpo e... cara. Que sensação deliciosa!

Não sei precisar quanto tempo eu esperei por esse momento, quantos anos passei namorando as saias do aliexpress, fantasiando eu dentro delas, o toque devia ter, o vento por baixo, as sensações e... eu não sei descrever. Se antes de comprar eu tinha receio de que, talvez, essa "coisa" de CD/sissy não fosse pra mim (sou insegura demais, um dia falo sobre) e que eu estava jogando dinheiro fora, confesso que quando eu estava rasgando a embalagem eu fiquei achando que não ia servir, que o tecido ia se desmanchar nas minhas mãos, que eu fiz besteira... mas ao tocar o tecido, ao cheirar ele na minha mão, ao soltar no ar e ver o caimento... foi inevitável, tirei a bermuda que estava usando e fui colocar ela. 

Na hora chamei todas as pessoas que sabem desse meu lado, só uma estava online, fui mandando fotos e ela opinando, me ensinou até a empinar a bunda haha

O resultado bom é essa foto que encerra essa postagem, eu ainda estou dentro da saia, acho que vou esperar chegar mais a madrugada pra ir tirar umas fotos lá na laje, nessa hora eu queria que alguma de minhas amigas que sabem morassem aqui, assim eu poderia pedir pra elas tirarem umas fotos legais... por sorte eu tenho um tripé e algum conhecimento de fotografia (coisas que aprendi na faculdade) e o photoshop pra dar aquela melhorada nas cores, no ângulo... mas a minha primeira foto (decente vai, deletei umas 20 antes dessa) e que eu postei até no fetlife, é essa aqui:


Obrigada à todas as pessoas que me apoiaram, acompanharam (e aturaram) meus dias de espera e agora vão ter que aturar foto volte e meia (mentira, nem vou floodar ninguém, sou respeitosa)


Agora... Na boa, estou apaixonada por essa foto (e por mim mesma!) e essa sensação, na cabeça de alguém que tem uma auto-imagem terrível desde seus 12~13 anos é libertador.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Apresentação

Bom, primeiramente bem vindos/as ao meu blog. Aqui pretendo falar sobre minhas agruras como crossdresser e sissy (dá pra ser as duas, num post futuro explico) e como tem sido pra mim aceitar duma vez por todas que eu gosto disso, que não faz mal pra ninguém e que eu não vou deixar de ser eu mesmo só porque eu tô de saia.

Acho que vale um momento história aqui pra começar bem:

Acho que todos/as aspirantes à crossdressers (CDs, pros íntimos) ou sissys começaram na adolescência, esperavam ficar sem ninguém em casa e corriam para o quarto da mãe, da irmã... tudo pra experimentar as peças. Comigo não foi diferente. Eu devia ter uns 12 anos, estudava a tarde, meus pais trabalhavam de manhã e eu adorava assistir a Eliana e sempre torcia pra ela estar de saia. Um dia, "explorando" o quarto dos meus pais eu achei uma camisa branca de botões com uma outra camisa de tecido fininho marrom bem clarinho e, no mesmo cabide, uma saia marrom-claro de camurça. Quando toquei aquela peça algo em mim deu um clique. Mas não experimentei ainda. 

Em um outro dia eu decidi experimentar. Meti-me dentro da saia e olhei no espelho do guarda-roupas. A bunda ficava pronunciada. Mas, temendo ser flagrada tirei e voltei a assistir desenho na TV. Porém houve um dia, eu não sei precisar data, mas eu acordei antes dos meus pais e fiquei quieta esperando eles saírem. Assim que ouvi o motor do fusca do meu pai sair eu esperei dez minutos e corri pro quarto deles.

Coloquei a camisa branca. A saia. A camisa marrom-clarinho por cima. Caminhei pelo quarto sentindo algo diferente em mim. Quinze minutos e minha primeira experiência CD chegava ao fim com uma deliciosa masturbação. Passaram-se várias semanas, talvez meses até eu sentir vontade daquilo tudo de novo. Porém dessa vez eu estava mais sagaz, queria melhorar o visual: fucei nas gavetas da mãe, peguei uma calcinha, sutiã e uma meia calça branca. Levei alguns minutos montando tudo. O espelho me sorriu a primeira vez. Novamente a experiência acabou em uma incrível masturbação.

Depois disso não queria mais vestir aquele conjunto, queria algo novo. Fuçando o guarda-roupas da mãe achei um vestido, desses com manga curta, plissado, de um tecido muito gostoso na pele. Todo de botões. Vestia tipo uma camiseta e ia fechando os botões. Quando entrei nele a primeira vez o movimento que sentia dele quase me fez querer sair na rua. Na época eu morava em uma cidade com menos de 20 mil habitantes, no interior do interior do interior do Paraná.

Na segunda vez que entrei naquele vestido o primeiro risco de flagra: eu devia ter uns 13 anos. Ouvi o motor do fusca do meu pai voltando, rapidamente arranquei o vestido socando ele dentro do guarda-roupas e me joguei na minha cama. Essa passou perto.

Depois disso tive pequenas experiências nas minhas andanças no quarto dos meus pais. Nada tão revelador ou até mesmo descobridor. Mas todas as experiências me trouxeram ao hoje: aos 31 eu crio esse blog esperando vir pelo correio a minha primeira saia. A primeira de muitas, espero. Mas isso, é assunto pra um próximo post.

Até lá ;)